A colonoscopia é um exame endoscópico utilizado para visualizar a parte interna do reto, cólon (intestino grosso) e porção final do íleo (localizado no intestino delgado).
Durante a visualização podem ser detectados pólipos, tumores, úlceras, divertículos, entre outras patologias.
A colonoscopia serve não somente como um exame diagnóstico, mas também pode ser terapêutico, sendo possível a retirada de alguns pólipos, realização de biópsias, tratamento de áreas sangrativas, por exemplo.
A atual recomendação da “American Cancer Society” é que se realize o exame a partir dos 45 anos. Algumas sociedades ainda utilizam o limite de 50 anos de idade. No entanto há um gradual aumento da incidência de câncer de intestino nos adultos mais jovens, sendo necessário o rastreamento da população que não tem sintomas e sem histórico de câncer colorretal na família através da colonoscopia a partir dos 45 anos.
Os pacientes que tem histórico de câncer colorretal em familiares de primeiro grau ou sinais e sintomas sugestivos de tumor de intestino, devem iniciar a investigação mais precocemente.
Hemorroidas são coxins vasculares existentes normalmente no canal anal de todas as pessoas. Quando as hemorroidas tornam-se sintomáticas, chamamos de “doença hemorroidária”.
Os sintomas mais comuns são:
- Sangramento
- Prolapso
- Dor
- Coceira
- Trombose hemorroidária
A causa para que as hemorroidas tornem-se sintomática são diversas, como:
- Perda da sustenção adequada do tecido, com diminuição de colágeno e elastina; Constipação crônica; Gestação; Tosse crônica ou pelo simples fato de manter-se muitas horas em pé.
As hemorroidas são classificadas em internas, externas ou mistas (internas + externas), conforme a sua localização no canal anal.
O tratamento das hemorroidas dependerá da localização, dos sintomas referidos pelo paciente e principalmente do grau em que se encontra.
Os tratamentos são diversos, dentre eles estão incluídos: Aprimoramento da dieta, pomadas, ligadura elástica, fotocoagulação infravermelha, escleroterapia e cirurgia.
A fissura anal nada mais é que um corte no epitélio do ânus, normalmente localizada na linha média posterior.
Ocorrem comumente após episódios de constipação ou de diarreia e outros traumas, mas podem ocorrer mesmo sem trauma anorretal.
Os principais sintomas da fissura é dor anal e sangramento vermelho vivo.
O tratamento dependerá se tratar-se de uma fissura aguda ou crônica.
As fissuras agudas podem ser facilmente tratadas com dieta adequada, banhos de assento com água morna e por vezes uso de pomadas.
Já as fissuras crônicas necessitam iniciar o tratamento com pomadas para relaxar o esfíncter anal ou fazê-lo através da aplicação de toxina botulínica. Quando não há sucesso nesses tratamentos, lança-se mão da cirurgia chamada de “fissurectomia” que pode ser realizada com ou sem esfincterotomia.
A fístula é uma conexão anormal no canal anal com a pele perianal.
Origina-se por um processo infeccioso das glândulas anais, gerando um abscesso que irá drenar a secreção através de um trajeto até a pele e se perpetua cronicamente.
As fístulas podem ser classificadas como simples ou complexas, dependendo do grau de acometimento dos esfíncteres anais e dos trajetos percorridos.
O diagnóstico é feito através do exame realizado na consulta, mas por vezes é necessário a realização de outros exames complementares, como: fistulografia, ultrassom endoanal e ressonância magnética.
O tratamento sempre é cirúrgico. As opções cirúrgicas irão depender do tipo da fístula e grau de acometimento dos esfíncteres. Pode ser utilizados setons (fios, borrachas ou cateteres) para manter no trajeto; Fistulotomia –abertura do trajeto fistuloso; Fistulectomia – retirada do trajeto da fístula com retalho de avanço da mucosa; Injeção de cola de fibrina; Plugue para fístula anal; Sonda laser.
A doença pilonidal ocorre quando há o encarceramento de pelos na linha sacrococcígea, que através do atrito, calor e umidade leva a uma reação inflamatória e formação de abscesso.
Pode ocorrer em um evento único sintomático ou cronicamente sintomático, com drenagem de líquido seroso / purulento, relatado como uma “ferida que nunca cicatriza”.
Quando trata-se de um cisto pilonidal cronicamente sintomático, a cirurgia excisional deve ser realizada, ou seja, a abertura do trajeto e curetagem, ou retirada de todo o “cisto”. Em doenças em que encontram-se um grande número de orifícios e alguns longe da linha média, a cirurgia pode resultar em feridas grandes e, por vezes, sendo necessário a confecção de retalhos de pele para o fechamento da ferida.
Os divertículos são saculações do intestino, em que a camada mucosa e a muscular da mucosa se projetam em pontos de fragilidade da parede intestinal. São mais frequentes a partir dos 40 anos de idade e estão associados ao aumento da pressão dentro da luz intestinal.
A maioria dos pacientes com diverticulose (presença de divertículos no intestino) são assintomáticas. Quando sintomáticas, podem apresentar dor abdominal –leve ou intensa-, febre, sangramento e até sepse (infecção generalizada).
Dá-se o nome de “diverticulite” o processo inflamatório dos divertículos. Através do exame de tomografia é classificado o grau da diverticulite conforme a presença de pus e sua localização intra-abdominal.
Não é recomendada a realização de colonoscopia durante a suspeita de diverticulite aguda devido ao risco aumentado de perfuração intestinal. No entanto, após 6 semanas do tratamento adequado é indicado que se realize o exame endoscópico a procura de outras patologias.
A ingestão de fibras, sementes, pipoca, nozes e etc, é INDICADO para pacientes com doenças diverticular, ao contrário do mito antigo em que se diz que estes alimentos podem causar diverticulite.
O tratamento da diverticulite dependerá do grau de complicação, podendo variar desde o uso de antibióticos inicialmente parenterais (na veia), até a realização de cirurgias para ressecção do intestino acometido.